Um estudo da Rede de Observatórios de Segurança mostrou que 90% das pessoas presas por reconhecimento facial, no Brasil, são negras. O perfil segue a tendência da população carcerária do país, na qual, dos 90%, 88% são homens negros com idade média de 35 anos, abordados principalmente por tráfico de drogas (24%) e roubo (24%). Os dados dizem respeito aos casos cujas informações estavam disponíveis. 

Com o objetivo de chamar atenção para o reconhecimento facial na segurança pública, a Comissão Especial da Igualdade Racial (CEIR), da OAB/RS realizará o webinar “Reconhecimento Facial e os Impactos na População Negra na Esfera da Segurança Pública”, nesta sexta-feira (27) às 20h. 

Segundo a coordenadora do evento e da Comissão da Igualdade Racial da OAB Subseção de Bagé e integrante da CEIR Estadual, Patrícia Alves, há uma linha tênue entre os avanços da segurança pública e a restrição da liberdade e da privacidade dos cidadãos. “Ainda há muitas dúvidas sobre  como  os   dados  são armazenados  e qual a  real  eficiência   dos  sistemas  adotados  po  autoridades. Estudos  atuais indicam  que  os sistemas  de reconhecimento  facial são mais  propensos  a  "falsos positivos " quando  analisam  pessoas negras em  relação a pessoas  brancas”, explicou. 

O evento é gratuito e será transmitido pelo canal do Youtube da OAB/RS. Para se inscrever e garantir o certificado, clique aqui.